Sarau, cursos e grupos de leitura: livrarias de rua usam criatividade para resistir e se reinventar em Campinas

  • 14/03/2025
(Foto: Reprodução)
Apesar do crescimento no comércio online, região central da metrópole do interior paulista tem aumento no número de estabelecimentos que vendem livros. Sarau, cursos e grupos de leitura: livrarias de rua usam criatividade para se reinventar Em meio ao fechamento de megastores e a ascensão do comércio online, é difícil imaginar que livrarias de rua possam sobreviver. Mas em Campinas (SP), livrarias na região central mantêm uma programação com saraus, cursos e clubes de leitura que ajudam a movimentar o local e ampliar o público. Segundo a Associação Comercial de Campinas, em levantamento realizado na plataforma Casa dos Dados, o número de lojas que possuem a venda de livros no varejo como atividade primária vem crescendo na região central da metrópole. Entre 2019 e 2024, passou de 36 para 47, aumento de 30% - entre elas, livrarias que se especializam em determinado segmento, como de obras religiosas e esotéricas. Além de outras que não são propriamente livrarias, pois possuem outras atividades em destaque como a venda de artigos de papelaria ou são ponto de distribuição de livros. 📲 Participe do canal do g1 Campinas no WhatsApp Nesta sexta, 14 de março, data que celebra o Dia do Livreiro, o g1 visitou duas livrarias de rua da metrópole do interior paulista que utilizam estratégias para conquistar o público além dos livros. Uma delas recém completou cinco décadas e a outra já ganhou um prêmio nacional de destaque com menos de dois anos de atividade. "A profissão livreira é isso. É quase a varinha mágica do Harry Potter. Você saber qual varinha escolher, a gente tem isso de saber qual livro escolher para o cliente", diz Adriana Mendes Haddad, proprietária da Candeeiro. Sarau, cursos e grupos de leitura: livrarias de rua usam criatividade para resistir e se reinventar em Campinas Estevão Mamédio / g1 Campinas 📖🏬 Livraria física ou digital? Ao serem questionados, livreiros e frequentadores das livrarias pontuam as vantagens dos ambientes virtuais, que possibilitam encontrar preços menores, mas entendem as lojas físicas como um local de conexão. O professor Mateus Paschoal, 29 anos, conta que era um ávido leitor de livros na infância e adolescência, mas que se afastou um pouco durante a faculdade e apenas recentemente está retomando o hábito da leitura. Paschoal diz que lê textos digitais por obrigação, principalmente os técnicos, pois prefere “poder pegar e sentir o cheiro”. Nívia Garcia, gerente da Livraria Pontes, explica que a vantagem de visitar uma loja é porque na internet é preciso conhecer a obra previamente, fazer uma busca ativa. “Você tem o que você quer e você vai lá buscar”. Nívia defende que a livraria possibilita a descoberta durante a visita, “algo que você nunca imaginava que existe, você vê na prateleira e acaba tendo a oportunidade de levar”. Ainda assim, a gerente identifica “o lado bom da internet", pois ela é uma plataforma de divulgação, em especial pelas redes sociais que contribuem para manter sempre contato com os clientes e encontrar novos, algo que "antigamente não teria conhecimento da loja”. Nívia Garcia, gerente da livraria mais antiga de Campinas ainda em atividade. Marcelo Gaudio / g1 Campinas 🎉 Trajetória de 50 anos A livraria mais antiga de Campinas ainda em atividade fez 50 anos em 2024. Fundada em 1974, a Pontes começou alguns anos antes com o tio e a mãe de Nívia, que montaram um “negócio de vender livros”. Ela conta que a família é de Itatiba (SP), uma cidade da região que não tinha livrarias. A família era simples, o avô trabalhava na roça e a avó costurava para sobreviver, mas o tio sempre se destacou na escola, gostava de literatura e revistas em quadrinhos e durante a passagem pela faculdade de Letras começou a ter contato com editoras. "Ele não tinha onde comprar. Então, ele começou a manter contato com editoras e distribuidoras, começou a buscar livros para ele e a pegar encomendas. Foi aí que começou o ramo dele no livro", diz. A livraria Ponte resistiu à chegada das megastores, onde chegou a trabalhar por dez anos, e de gigantes da internet, adaptando-se às mudanças do mercado. "A gente sentiu muito no ano de 2011, quando vieram essas grandes livrarias de editoras que começaram a fazer preço muito mais barato do que o nosso", lembra Nívia. "Mas a gente também tem que se adaptar". “As pessoas têm uma relação muito emocional com o livro. É, quando a gente ouve que fecha uma livraria, parece que dói na gente. Eu gosto disso dos clientes”, fala. Para atrair novos clientes, a livraria criou um café, reservou um espaço para vender livros usados e investiu em eventos literários, como lançamentos de livros, saraus de poesia e clubes de leitura mensais. "São essas atividades que também contribuem muito para o desenvolvimento da livraria", explica. A Ponte também se destaca por um acervo especializado em futebol, que atrai clientes de todo o Brasil e até do exterior. "Meu tio é um grande fã de futebol e ele reuniu um acervo futebolístico que é o maior do Brasil", conta Nívia. Adriana Mendes Haddad, realizou o sonho de abrir uma livraria durante a pandemia Estevão Mamédio / g1 Campinas 🏆 Premiada A Candeeiro surgiu em 2022, durante a pandemia, quando Adriana Mendes Haddad decidiu realizar o sonho de abrir uma livraria. "O livro me acompanha desde sempre, e a vontade de ter uma livraria sempre existiu", destaca. Formada em direito e professora de gastronomia por dez anos, Adriana diz que a livraria tem uma proposta intimista que vai além da venda de livros. Ela aproveitou uma antiga residência no Cambuí para criar um espaço de café no quintal onde ocorrem eventos literários e cursos presenciais sobre temas diversos, sempre com o livro como fio condutor. "A gente começou primeiro só como livraria mesmo, né? Vendendo só o objeto livro. E acho que tem muito olhar de curadoria da nossa equipe aqui", explica Adriana, ressaltando a importância de ter uma equipe apaixonada por livros e capaz de oferecer um atendimento personalizado aos clientes. Apesar dos desafios do mercado editorial, Adriana se mostra otimista em relação ao futuro da leitura. Além disso, logo no primeiro ano já recebeu o reconhecimento com o prêmio de melhor livraria do ano no Prêmio PublishNews. "A minha experiência é que as pessoas estão cada vez mais apaixonadas por literatura e não ao contrário", afirma, citando o crescimento do número de booktubers e o interesse dos jovens pela leitura. A livraria se tornou um ponto de encontro para a comunidade literária de Campinas, recebendo lançamentos de livros, saraus de poesia e encontros com autores renomados. "Não é só questão de venda. A gente sabe o perfil de pessoas que a gente chamaria aqui e pronto. Então o foco não é apenas comercial", destaca Adriana. “A gente não tem papelaria, por exemplo, não vende bichinho de pelúcia, a gente vende livro”, finaliza. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias sobre a região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/03/14/sarau-cursos-e-grupos-de-leitura-livrarias-de-rua-usam-criatividade-para-resistir-e-se-reinventar-em-campinas.ghtml


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