ETA Luiz de Queiroz bate capacidade máxima de produção de água, diz prefeitura
20/01/2025
Após retirada de lodo dos tanques da estação de tratamento, Semae afirmou que passou a tratar 750 litros por segundo na tarde desta segunda-feira (20). A Prefeitura de Piracicaba informou que a Estação de Tratamento de Água (ETA) Luiz de Queiroz atingiu a capacidade máxima de produção de água na tarde desta segunda-feira (20).
ETA Luiz de Queiroz em Piracicaba
Prefeitura de Piracicaba
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De acordo com o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), foi concluída a limpeza dos tanques de decantação da estação e a produção de água subiu de 350 litros por segundo, registrada no final de 2024, para 750 l/s nesta segunda-feira.
A nova quantidade de tratamento é o suficiente para normalizar o atendimento à população, apontou a autarquia.
Despejo de resíduos
Caminhões retiram excesso de lodo em Estação de Tratamento de água de Piracicaba
Atualmente, o excesso de lodo retirado do processo de tratamento de água e esgoto está armazenados em quatorze bolsas nas estações de tratamento de esgoto São Jorge e Ponte do Caixão. Serão cerca de 12 meses até que o resíduo seque e possa ser descartado.
O coordenador de serviços da concessionária, Luís Gustavo Theodoro dos Santos, conta o porquê o processo precisar de tanto tempo para ser concluído.
"Fica um bom tempo porque o bag exige que seja drenado a água do lodo, junto com a ação do sol ajudando nesse processo natural de secagem, e depois de seco a gente faz a remoção e encaminha pra aterro sanitário", explica.
Excesso de lodo foi armazenado em bags
Edijan Del Santo/EPTV
O diretor do Semae de Piracicaba, Ronald Pereira da Silva, explica que o processo de destinação e despejo do excesso de logo pode ser caro e precisa ser analisado com cuidado pela pasta.
"As possibilidades de retirada em definitivo estão sendo analisadas pelo Semae, vários estudos estão ocorrendo aqui pra que a gente ache a alternativa mais barata e mais eficiente pra população também", detalha.
Ainda segundo o diretor, uma solução definitiva para o problema depende de recursos e só deve ser resolvida a médio ou longo prazo.
Justiça
Em dezembro de 2024, a justiça de Piracicaba determinou que a prefeitura e o Semae parassem de despejar o material do rio, e que fosse criado um sistema de tratamento desses resíduos, entre outras medidas.
A liminar, publicada no dia 19 de dezembro, determinava que o Poder Público municipal deveria cumprir as seguintes exigências. 📝 Relembre, abaixo:
Parar imediatamente de lançar resíduos e efluentes (lodo dos decantadores e águas de lavagem de filtros) das Estações de Tratamento de Água (ETAs) Luiz de Queiroz I e II no Rio Piracicaba, sem o devido tratamento e em desacordo com os padrões legais estabelecidos;
Realizar a correta destinação final dos resíduos gerados pelas ETAs, conforme exigido pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pela legislação, apresentando relatórios bimestrais de comprovação;
Elaborar, em até 15 dias, um Plano de Contingência e Racionamento que preveja medidas para mitigar os impactos no fornecimento de água e prevenir riscos à saúde pública, entregando ele à agência reguladora e à Vigilância Sanitária Municipal;
Implantar um sistema definitivo de tratamento dos resíduos das ETAs Luiz de Queiroz I e II, com início de operação até 31 de março de 2026, além de apresentar, em até 15 dias, um cronograma detalhado das ações a serem adotadas.
Em 14 de janeiro de 2025, o Tribunal de Justiça (TJ) acatou recurso da prefeitura e do Semae e suspendeu a decisão anterior.
De acordo com o TJ, a suspensão da liminar é uma medida excepcional destinada a resguardar a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas, após apresentação da administração municipal de que a medida anterior impactava no fornecimento de água em Piracicaba e, por consequência, a ordem pública.
Problemas ambientais
Lodo na estação de tratamento de água em Piracicaba
Edijan Del Santo/EPTV
Entre os motivos citados durante a liminar que proibiu momentaneamente o despejo do lodo no Rio Piracicaba, estão os fatores ambientais.
De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o material poderia atrapalhar a piracema, período de reprodução dos peixes do Rio Piracicaba.
Aterro
Segundo a ambientalista Sílvia Regina Lobo, o lodo gerado pela captação de água pode ser altamente tóxico, e que até que não haja nenhum tipo de estudo que investigue a fundo a qualidade do resíduo, não deve ser despejado no rio novamente.
"Como a gente tem a questão de esgoto clandestino que muitas vezes vem de empresas, pode ter metais pesados, pode ter produtos tóxicos. A água do rio ainda pode receber de imediato agora nas chuvas, restos de fertilizantes e defensivos químicos. O aterro é o melhor destino, é caro mas nesse momento até que você não tenha um estudo muito profundo sobre a qualidade desse lodo, é a melhor solução", analisa.
O diretor do Semae frisa que, atualmente, a Pasta pretende evitar ao máximo que volte a haver despejo desse tipo de resíduo dentro do Rio Piracicaba, mas que não há entendimento por parte do órgão sobre a possibilidade do lodo ser tóxico.
"Estamos evitando chegar nesse ponto. Que fique bem claro que nós estamos possibilitamos a voltar a despejar esse lodo no Rio Piracicaba, porque é um lodo do próprio rio e no nosso entender ele não tem essa nocividade ao meio ambiente como foi falado", aponta.
Falta d'água
De acordo com o Semae, o resíduo era um dos motivos dos constantes problemas de falta de água no município ao longo do último ano.
Em ocorrências mais recentes, moradores de chegaram a ficar até cinco dias sem abastecimento. 🚰Relembre aqui.
O presidente do Semae explicou que o local onde o resíduo estava parado deveria estar ocupado por água em estado de decantação, diminuindo a capacidade de tratamento da estação.
"Precisamos retirar de forma urgente o lodo que está no tanque de decantação para que volte a produção de água com sua capacidade plena. Nós temos na estação Luiz de Queiroz a capacidade de tratamento de 750 litros de água por segundo, e hoje está tratando 400 litros de água [por segundo]", explica Ronald.
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